segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Crítica: A Qualquer custo

       Esse é típico filme sem grandes efeitos especiais, com nomes de peso como Chris Pine e Jeff Bridges, não foi um filme badalado deles mas com um bom roteiro, uma boa fotografia e uma ótima trilha sonora (sim, na capa o Chris Pine está parecendo Collin Farrel, mas não é o Colin Farrel!).
O Filme segue a linha de faroeste moderno, aclamado na série Justified, ao qual ainda não assisti e provavelmente não assistirei, o cenário é o oeste americano, um patrulheiro a beira da aposentadoria (Jeff Bridges) e seu parceiro descendente de índio. O que não falta no personagem são piadas racistas e um humor negro com seu parceiro, que engole tudo do a seco. Seu estilo é burucutu clássico, bebedor de cerveja, xingador e que cita várias vezes sua tão perto aposentadoria. E no antagonismo temos dois irmãos assaltantes de pequenos bancos (Chris Pine e Ben Foster), enquanto um é bom mocinho que viu no crime uma chance de ter dinheiro e dar uma boa vida a seus filhos, outro é bandido  maloqueiro, que age sem pensar e já cumpriu pena em um presídio estadual por bastante tempo. Após a mãe deles morrerem e deixarem um rancho sem nada,  sem vacas, pasto, só uma casa e um trator, eles passam a assaltar pequenos banco em pequenas cidades do interior. É claro que o destino dos dois irmãos, do patrulheiro burucuto e seu parceiro índio uma hora iam se cruzar e assim temos o enredo do filme.
O filme me atraiu exatamente pelo western moderno e porque gosto de Jeff Bridges, mas o roteiro, sinopse e uma promessa de boa trilha sonora também chamou minha atenção. Não nego minhas raízes criadas assistindo durante minha infância Duro de Matar, Rambo, Máquina Mortífera e etc... ou seja, sou um amante de filmes de ação e " Hell or High Water" ou no bom português, "A qualquer custo" saciou minha vontade por filmes de ação.

domingo, 27 de novembro de 2016

A incerteza do futuro!

       Se voltássemos um ano na história, a disputa eleitoral para presidente dos Estados Unidos seria entre as duas grandes famílias da política americana, Bush e Clinton, os candidatos seriam a mulher do ex presidente americano Bill Clinton, Hillary Clinton e o irmão do ex presidente George Bush, Jeb Bush, ninguém falava no nome de Donald Trump, ele seria um candidato circense, igual aqueles que aqui no Brasil aparecem no programa eleitoral fazendo comédia e arrancando risos de quem assiste, mas na madrugada do dia 09 de novembro o que parecia piada foi confirmado como fato e Donald Trump foi anunciado como o presidente eleito dos Estados Unidos, alcançando os preciosos 270 delegados necessários para ser coroado anunciado como o eleito.




           A eleição de Trump mostrou a fragilidade da democracia americana, se fosse pelos votos populares Hillary Clinton seria a presidente com 2 milhões de votos a frente, mas como a eleição é pelos votos do colégio eleitoral, o eleito foi Trump, agora só resta "engolir" e aceitar que dói menos. Mas isso já dará um primeiro desafio ao presidente, lidar com um povo que não o elegeu em sua maioria, algo que já havia acontecido com outro presidente republicano, George W. Bush em 2000. Cabe um dado curioso, nos últimos 60 anos, os presidentes democratas nunca, isso mesmo, NUNCA, tiveram sucessores também democratas.
       


       Dificilmente todas as propostas absurdas e fora da casinha feitas pro Trump serão cumpridas, até porque ele vai ter que lidar com essa "rejeição" logo de início, talvez até aumente a deportação de imigrantes e fortaleça a polícia de imigração, mas construir um muro em toda fronteira terrestre com o México é uma tarefa para os dois primeiros anos de governo e fazer o México pagar ainda por cima, é algo que os mais otimistas diriam ser difícil de realmente acontecer. Mesmo ele possuindo maioria no senado e no congresso, algo que Obama não conseguiu ter, projetos dessa magnitude são arriscados de ser colocados em prática e os políticos norte americanos são muito fieis aos distritos e Estados de onde foram eleitos e geralmente não possuem receio de criticar abertamente  e ferozmente o governo e o presidente. (Quem assistiu House of Cards sabe do que estou falando). Além disso, a caneta presidencial americana tem muito menos poder que a caneta presidencial do presidente do Brasil por exemplo, ele é muito mais dependente do congresso e do senado para qualquer decisão, um exemplo é o bloqueio econômico mantido pelos Estados Unidos a Cuba (citado na próxima postagem) que Obama tentou derrubar e o congresso barrou, então a não ser que Trump dê um golpe de Estado e dissolva o congresso (algo nunca ocorrido na história dos Estados Unidos) qualquer loucura que vá a fazer, a não ser dar declarações explosivas, vai depender de aprovação e nem todos os políticos americanos são partidários dele, cabe citar que o próprio partido republicano não o apoiou totalmente sua candidatura. 
       As más línguas que citaram Trump como um político fascista e bla bla bla, não pode estar mais errado, alias o partido republicano é tudo menos fascista, é o oposto, pois é um partido que defende o armamento da população, algo que treme a perna dos fascistas e utilizando uma referência histórica, foi um presidente republicano que aboliu a escravidão nos Estados Unidos, Abraham Lincoln em 1863.  
      Mas para não tornar esse texto cansativo, vou listar alguns pontos positivos, negativos e os desafios que a eleição de Trump pode ter para a política:

Positivos:

  • Boa relação com Vladimir Putin: Desde 1999, exatamente quando o vampirão imortal assumiu o cargo de Primeiro Ministro russo, os presidentes estadunidenses não tem boa relação com os lideres russos, o ultimo caso é do Bill Clinton e Boris Yeltsin, posterior a isso, nem Bush e nem Obama mantinham uma boa amizade com Putin, já Trump teve sua vitória comemorada pelo vampirão e uma promessa de boas relações;

  • Trump aparenta não querer se meter nos conflitos na Síria, ai tu se pergunta "o que isso tem de bom?", simples, para ser enviado armas para os rebeldes sírios e acaba logo esse conflito;
  • Promessa de foco na economia interna e parceria econômicas com a China;
  • Trump não o político convencional de carreira, é um homem de negócios de Wall Street, sua isso pode ser benéfico e maléfico, dependente do ponto de vista.
Negativos

  • Falta de experiência política: ele vai ter que aprender a lidar com políticos, terá que escolher muito bem sua equipe de governo;
  • Radicalismo em suas promessas: Já me cansei de dizer, radicalismo é um ponto negativo, é um extremo, o oposto do racionalismo, para o político mais poderoso e importante do mundo isso é algo extremamente negativo;
  • Péssima imagem: mesmo sendo o presidente da maior potência do planeta, ele vai depender de acordos militares, políticos e financeiros, e ele já criticou o México, a OTAN, o Brasil e vários outros países.
Desafios:
  •  Recuperar a economia americana;
  • Lidar com o Estado Islâmico;
  • Lidar com rejeição do povo e do próprio partido republicano;
  • Cumprir todas as promessas malucas que ele fez para se eleger.

       Mas Donald Trump já mudou seu discurso nas declarações feitas pós eleição, é possível agora tenha realmente caído a ficha que ele realmente vai ser o presidente e que não é mais necessário todo o marketing feito durante a campanha. Mas de qualquer jeito, ele vai ter uma responsabilidade absurda em substituir o presidente mais popular  e divertido da história recente dos Estados Unidos. E pra terminar essa postagem, vamos deixar um vídeo de Barack Obama dançando e alguns GIF's animados: 



       




sábado, 19 de novembro de 2016

Costume da morte

        A morte sempre foi muito complexa para o ser humano, um caminho desconhecido, escuro e frio, ao qual nunca se sabe o que a segue, qual o próximo passo, mas a morte era um cotidiano na vida de Miguel e pode-se dizer que ele se acostumou e até enxergava um prazer em conviver com ela. Um prazer inicialmente oculto, mas que depois revelou-se um prazer cotidiano, que fazia bem e ele até sentia falta quando estava de folga do trabalho. Decidir entre a vida e a morte, no sentido bíblico, nunca foi trabalho para um ser humano a não ser para um carrasco, e era exatamente o que Miguel era, um carrasco.
Certo dia chegou em casa, entre os dois turnos de trabalho e bateu um sentimento de depressão ao relembrar do dia que teve, algo que ele sentiu apenas quando era iniciante, mas foi apenas até ele se acostumar. Lembrou-se de tudo que fez e vivenciou, seu macacão ainda tinha o forte cheiro dos produtos químicos que ele utilizava para dissolver os corpos e algo chamou a atenção dele, o fez olhar atentamente no seu sapato, pegou o óculos para enxergar melhor, até que finalmente conseguiu identificar o que era, uma pequena gota de sangue. Ele logo se estirou no sofá e voltou a relembrar, fazendo uma analogia de tudo que já tinha feito desde que assumiu esse estilo de vida, todas as pontes entre a vida e a morte que ele vivenciou, quase todas causadas por ele, aquele último suspiro que suas vítimas davam antes de cair no sono profundo e eterno ao qual não se tinha como fugir. O sentimento de ver a vida fugir de um corpo e ele passar a ser um recipiente vazio, uma caixa sem conteúdo. Se ele olhasse pelo modo de vista higiênico, ele estaria fazendo um bem pra sociedade, eliminando todo o excesso que o mundo possui, mas olhando pelo ponto de vista divino, o que ele cometia era um pecado e provavelmente ele estaria condenado ao lugar para onde nem suas vítimas iriam.
Mas o momento curto de depressão e o peso da consciência são interrompidos pelo toque do despertador, avisando que era de voltar ao trabalho, afinal de contas ele tinha um negócio para manter e um novo serviço para ser executado. Um gole seco no seu café gelado e ele volta ao seu carro, ligando a placa luminosa que faz a propagando de sua empresa: “Dedetizadora Anjo Miguel: a solução divina para ratos e baratas”. 

quinta-feira, 26 de maio de 2016

"I am back"



       Sim, "I am back"... melhor ilustrando:



       Ainda melhor ilustrando:


       Não feliz com a ilustração, continuo ilustrando:




       E... isso é tudo é pessoal.







sábado, 2 de janeiro de 2016

Um trisco de cinema: Edukators (Os educadores)

       Não, eu não abandonei meu blog. Pra alegria de alguns e tristeza de outros, eu ainda tenho um prazer oculto ( pra não dizer aquela "palavra" com T) em escrever, falar mal, criticar e desvaneiar ( sim, eu inventei essa palavra) sobre tudo um pouco.
       Todo mundo que ja viu meu blog apenas uma vez, já percebeu que sou um amante da sétima arte, então eu estava pensando, porque não fazer criticas sobre os filmes que assisto e dar nota num estilo diferente. (Você vai ver no final). Enfim, vamos ao que importa. 
       Comentei com um colega de trabalho que o filme "Adeus, Lênin"" (Good bye  Lenin -2003) era ótimo e que eu era um fã do Daniel Brühl, e ele logo me indicou esse filme: The Edukators (Os educadores - 2004), pois tinha ele como principal personagem, era um filme espetacular e com um final arrebatador. Fiquei com aquela curiosidade científica (claro, aham)  misturado com a preguiça básica de baixar e procurar a legenda, que por ser um filme alemão é tudo mais complicado (ainda tenho hematomas emocionais da dificuldade de achar a legenda para "Adeus, Lênin"), mas consegui  pular todos esse obstáculos e assistir logo o filme. 
       O meu colega de fato estava certo, o filme é simplesmente/estupendamente/categoricamente/ energeticamente... lindo. Ao terminar fiz uma reflexão, que não faço desde de que assisti "Na Natureza Selvagem" e fiquei com um sentimento de culpa.




       No filme, dois jovens amigos: Jan (Daniel Brühl) e Peter (Stipe Erceg) moram juntos e durante a noite eles invadem as casas de pessoas ricas, porém não roubam e nem quebram nada, apenas mudam os móveis de lugar e deixam um mensagem: "Seus dias de fatura estão contados", "Vocês tem muito dinheiro". A ideia deles é invadir o conforto das pessoas ricas, que tem dinheiro de sobra, deixar uma sensação de insegurança,  plantar uma ideia na mente deles, se realmente pensarmos e nos colocarmos no lugar das "vítimas", realmente é algo amedrontador. E eles não fazem isso de palhaçada, tem um ideal revolucionário por trás de tudo isso, um ideal com pé direito encostado no anarquismo, visto que eles consideram essas pessoas ricas, com bens acumulados como nocivas, como colonizadoras do sistema. 
      


       O filme faz uma crítica a passividade das pessoas e faz um questionamento antropológico sobre o lugar e a atitude do homem em seu contexto social, a falta de interesse das pessoas em ter mudanças mais profundas na sociedade. Em certo ponto faz uma crítica ao fato das pessoas perderem demais o seu tempo vendo televisão, não sobrando tempo para ser revolucionário e de pensarem de que tudo que eles poderiam fazer, ja foi feito. Ao longo do filme,  algumas frases marcantes são ditas, como por exemplo: "Todo coração é uma célula revolucionária", "...as melhores ideias sobrevivem", "As drogas sufocam a energia revolucionária da juventude"
       No decorrer da trama, os jovens acabam invadindo uma casa e sendo surpreendidos pelo dono da residência e sem ter uma solução pensada para o problema, eles decidem sequestra-lo e levar a um cativeiro afastado da cidade, sendo neste local que os diálogos mais impactantes acontecem, pois eles não sabem como resolver a situação, acabam sendo vítimas da própria vítima que eles sequestraram e acabam dialogando bastante com o dono da residência, Hardenberg (Burghart Klaubner), que também era quando jovem um revolucionário,  porém com o decorrer da vida, acabou sendo "engolido pelo sistema" que ele combatia.
       Quando eu terminei de ver o filme, a sensação que me tomou foi a mesma de Hardenberg, eu fui engolido pelo sistema, talvez só o fato de ter tido esse pensamento, mostra que ainda não cheguei a esse ponto, mas a duvida permanece. Mesmo eu tendo vindo de uma formação humana no curso de história, a passividade acaba destruindo o pensamento revolucionário, assim como as drogas, será esse o ponto que temos que combater?
       Assim como os jovens do filme invadiam as casas dos ricaços e mudavam apenas os móveis de lugar, o filme mexe com nossa mente e muda alguns pensamentos de lugar, não deixa um sentimento de insegurança, mas deixa uma pergunta:  O nosso pensamento revolucionário foi sufocado?






Nota: uma garrafa cheia de café