segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Crítica: A Qualquer custo

       Esse é típico filme sem grandes efeitos especiais, com nomes de peso como Chris Pine e Jeff Bridges, não foi um filme badalado deles mas com um bom roteiro, uma boa fotografia e uma ótima trilha sonora (sim, na capa o Chris Pine está parecendo Collin Farrel, mas não é o Colin Farrel!).
O Filme segue a linha de faroeste moderno, aclamado na série Justified, ao qual ainda não assisti e provavelmente não assistirei, o cenário é o oeste americano, um patrulheiro a beira da aposentadoria (Jeff Bridges) e seu parceiro descendente de índio. O que não falta no personagem são piadas racistas e um humor negro com seu parceiro, que engole tudo do a seco. Seu estilo é burucutu clássico, bebedor de cerveja, xingador e que cita várias vezes sua tão perto aposentadoria. E no antagonismo temos dois irmãos assaltantes de pequenos bancos (Chris Pine e Ben Foster), enquanto um é bom mocinho que viu no crime uma chance de ter dinheiro e dar uma boa vida a seus filhos, outro é bandido  maloqueiro, que age sem pensar e já cumpriu pena em um presídio estadual por bastante tempo. Após a mãe deles morrerem e deixarem um rancho sem nada,  sem vacas, pasto, só uma casa e um trator, eles passam a assaltar pequenos banco em pequenas cidades do interior. É claro que o destino dos dois irmãos, do patrulheiro burucuto e seu parceiro índio uma hora iam se cruzar e assim temos o enredo do filme.
O filme me atraiu exatamente pelo western moderno e porque gosto de Jeff Bridges, mas o roteiro, sinopse e uma promessa de boa trilha sonora também chamou minha atenção. Não nego minhas raízes criadas assistindo durante minha infância Duro de Matar, Rambo, Máquina Mortífera e etc... ou seja, sou um amante de filmes de ação e " Hell or High Water" ou no bom português, "A qualquer custo" saciou minha vontade por filmes de ação.

domingo, 27 de novembro de 2016

A incerteza do futuro!

       Se voltássemos um ano na história, a disputa eleitoral para presidente dos Estados Unidos seria entre as duas grandes famílias da política americana, Bush e Clinton, os candidatos seriam a mulher do ex presidente americano Bill Clinton, Hillary Clinton e o irmão do ex presidente George Bush, Jeb Bush, ninguém falava no nome de Donald Trump, ele seria um candidato circense, igual aqueles que aqui no Brasil aparecem no programa eleitoral fazendo comédia e arrancando risos de quem assiste, mas na madrugada do dia 09 de novembro o que parecia piada foi confirmado como fato e Donald Trump foi anunciado como o presidente eleito dos Estados Unidos, alcançando os preciosos 270 delegados necessários para ser coroado anunciado como o eleito.




           A eleição de Trump mostrou a fragilidade da democracia americana, se fosse pelos votos populares Hillary Clinton seria a presidente com 2 milhões de votos a frente, mas como a eleição é pelos votos do colégio eleitoral, o eleito foi Trump, agora só resta "engolir" e aceitar que dói menos. Mas isso já dará um primeiro desafio ao presidente, lidar com um povo que não o elegeu em sua maioria, algo que já havia acontecido com outro presidente republicano, George W. Bush em 2000. Cabe um dado curioso, nos últimos 60 anos, os presidentes democratas nunca, isso mesmo, NUNCA, tiveram sucessores também democratas.
       


       Dificilmente todas as propostas absurdas e fora da casinha feitas pro Trump serão cumpridas, até porque ele vai ter que lidar com essa "rejeição" logo de início, talvez até aumente a deportação de imigrantes e fortaleça a polícia de imigração, mas construir um muro em toda fronteira terrestre com o México é uma tarefa para os dois primeiros anos de governo e fazer o México pagar ainda por cima, é algo que os mais otimistas diriam ser difícil de realmente acontecer. Mesmo ele possuindo maioria no senado e no congresso, algo que Obama não conseguiu ter, projetos dessa magnitude são arriscados de ser colocados em prática e os políticos norte americanos são muito fieis aos distritos e Estados de onde foram eleitos e geralmente não possuem receio de criticar abertamente  e ferozmente o governo e o presidente. (Quem assistiu House of Cards sabe do que estou falando). Além disso, a caneta presidencial americana tem muito menos poder que a caneta presidencial do presidente do Brasil por exemplo, ele é muito mais dependente do congresso e do senado para qualquer decisão, um exemplo é o bloqueio econômico mantido pelos Estados Unidos a Cuba (citado na próxima postagem) que Obama tentou derrubar e o congresso barrou, então a não ser que Trump dê um golpe de Estado e dissolva o congresso (algo nunca ocorrido na história dos Estados Unidos) qualquer loucura que vá a fazer, a não ser dar declarações explosivas, vai depender de aprovação e nem todos os políticos americanos são partidários dele, cabe citar que o próprio partido republicano não o apoiou totalmente sua candidatura. 
       As más línguas que citaram Trump como um político fascista e bla bla bla, não pode estar mais errado, alias o partido republicano é tudo menos fascista, é o oposto, pois é um partido que defende o armamento da população, algo que treme a perna dos fascistas e utilizando uma referência histórica, foi um presidente republicano que aboliu a escravidão nos Estados Unidos, Abraham Lincoln em 1863.  
      Mas para não tornar esse texto cansativo, vou listar alguns pontos positivos, negativos e os desafios que a eleição de Trump pode ter para a política:

Positivos:

  • Boa relação com Vladimir Putin: Desde 1999, exatamente quando o vampirão imortal assumiu o cargo de Primeiro Ministro russo, os presidentes estadunidenses não tem boa relação com os lideres russos, o ultimo caso é do Bill Clinton e Boris Yeltsin, posterior a isso, nem Bush e nem Obama mantinham uma boa amizade com Putin, já Trump teve sua vitória comemorada pelo vampirão e uma promessa de boas relações;

  • Trump aparenta não querer se meter nos conflitos na Síria, ai tu se pergunta "o que isso tem de bom?", simples, para ser enviado armas para os rebeldes sírios e acaba logo esse conflito;
  • Promessa de foco na economia interna e parceria econômicas com a China;
  • Trump não o político convencional de carreira, é um homem de negócios de Wall Street, sua isso pode ser benéfico e maléfico, dependente do ponto de vista.
Negativos

  • Falta de experiência política: ele vai ter que aprender a lidar com políticos, terá que escolher muito bem sua equipe de governo;
  • Radicalismo em suas promessas: Já me cansei de dizer, radicalismo é um ponto negativo, é um extremo, o oposto do racionalismo, para o político mais poderoso e importante do mundo isso é algo extremamente negativo;
  • Péssima imagem: mesmo sendo o presidente da maior potência do planeta, ele vai depender de acordos militares, políticos e financeiros, e ele já criticou o México, a OTAN, o Brasil e vários outros países.
Desafios:
  •  Recuperar a economia americana;
  • Lidar com o Estado Islâmico;
  • Lidar com rejeição do povo e do próprio partido republicano;
  • Cumprir todas as promessas malucas que ele fez para se eleger.

       Mas Donald Trump já mudou seu discurso nas declarações feitas pós eleição, é possível agora tenha realmente caído a ficha que ele realmente vai ser o presidente e que não é mais necessário todo o marketing feito durante a campanha. Mas de qualquer jeito, ele vai ter uma responsabilidade absurda em substituir o presidente mais popular  e divertido da história recente dos Estados Unidos. E pra terminar essa postagem, vamos deixar um vídeo de Barack Obama dançando e alguns GIF's animados: 



       




sábado, 19 de novembro de 2016

Costume da morte

        A morte sempre foi muito complexa para o ser humano, um caminho desconhecido, escuro e frio, ao qual nunca se sabe o que a segue, qual o próximo passo, mas a morte era um cotidiano na vida de Miguel e pode-se dizer que ele se acostumou e até enxergava um prazer em conviver com ela. Um prazer inicialmente oculto, mas que depois revelou-se um prazer cotidiano, que fazia bem e ele até sentia falta quando estava de folga do trabalho. Decidir entre a vida e a morte, no sentido bíblico, nunca foi trabalho para um ser humano a não ser para um carrasco, e era exatamente o que Miguel era, um carrasco.
Certo dia chegou em casa, entre os dois turnos de trabalho e bateu um sentimento de depressão ao relembrar do dia que teve, algo que ele sentiu apenas quando era iniciante, mas foi apenas até ele se acostumar. Lembrou-se de tudo que fez e vivenciou, seu macacão ainda tinha o forte cheiro dos produtos químicos que ele utilizava para dissolver os corpos e algo chamou a atenção dele, o fez olhar atentamente no seu sapato, pegou o óculos para enxergar melhor, até que finalmente conseguiu identificar o que era, uma pequena gota de sangue. Ele logo se estirou no sofá e voltou a relembrar, fazendo uma analogia de tudo que já tinha feito desde que assumiu esse estilo de vida, todas as pontes entre a vida e a morte que ele vivenciou, quase todas causadas por ele, aquele último suspiro que suas vítimas davam antes de cair no sono profundo e eterno ao qual não se tinha como fugir. O sentimento de ver a vida fugir de um corpo e ele passar a ser um recipiente vazio, uma caixa sem conteúdo. Se ele olhasse pelo modo de vista higiênico, ele estaria fazendo um bem pra sociedade, eliminando todo o excesso que o mundo possui, mas olhando pelo ponto de vista divino, o que ele cometia era um pecado e provavelmente ele estaria condenado ao lugar para onde nem suas vítimas iriam.
Mas o momento curto de depressão e o peso da consciência são interrompidos pelo toque do despertador, avisando que era de voltar ao trabalho, afinal de contas ele tinha um negócio para manter e um novo serviço para ser executado. Um gole seco no seu café gelado e ele volta ao seu carro, ligando a placa luminosa que faz a propagando de sua empresa: “Dedetizadora Anjo Miguel: a solução divina para ratos e baratas”. 

quinta-feira, 26 de maio de 2016

"I am back"



       Sim, "I am back"... melhor ilustrando:



       Ainda melhor ilustrando:


       Não feliz com a ilustração, continuo ilustrando:




       E... isso é tudo é pessoal.







sábado, 2 de janeiro de 2016

Um trisco de cinema: Edukators (Os educadores)

       Não, eu não abandonei meu blog. Pra alegria de alguns e tristeza de outros, eu ainda tenho um prazer oculto ( pra não dizer aquela "palavra" com T) em escrever, falar mal, criticar e desvaneiar ( sim, eu inventei essa palavra) sobre tudo um pouco.
       Todo mundo que ja viu meu blog apenas uma vez, já percebeu que sou um amante da sétima arte, então eu estava pensando, porque não fazer criticas sobre os filmes que assisto e dar nota num estilo diferente. (Você vai ver no final). Enfim, vamos ao que importa. 
       Comentei com um colega de trabalho que o filme "Adeus, Lênin"" (Good bye  Lenin -2003) era ótimo e que eu era um fã do Daniel Brühl, e ele logo me indicou esse filme: The Edukators (Os educadores - 2004), pois tinha ele como principal personagem, era um filme espetacular e com um final arrebatador. Fiquei com aquela curiosidade científica (claro, aham)  misturado com a preguiça básica de baixar e procurar a legenda, que por ser um filme alemão é tudo mais complicado (ainda tenho hematomas emocionais da dificuldade de achar a legenda para "Adeus, Lênin"), mas consegui  pular todos esse obstáculos e assistir logo o filme. 
       O meu colega de fato estava certo, o filme é simplesmente/estupendamente/categoricamente/ energeticamente... lindo. Ao terminar fiz uma reflexão, que não faço desde de que assisti "Na Natureza Selvagem" e fiquei com um sentimento de culpa.




       No filme, dois jovens amigos: Jan (Daniel Brühl) e Peter (Stipe Erceg) moram juntos e durante a noite eles invadem as casas de pessoas ricas, porém não roubam e nem quebram nada, apenas mudam os móveis de lugar e deixam um mensagem: "Seus dias de fatura estão contados", "Vocês tem muito dinheiro". A ideia deles é invadir o conforto das pessoas ricas, que tem dinheiro de sobra, deixar uma sensação de insegurança,  plantar uma ideia na mente deles, se realmente pensarmos e nos colocarmos no lugar das "vítimas", realmente é algo amedrontador. E eles não fazem isso de palhaçada, tem um ideal revolucionário por trás de tudo isso, um ideal com pé direito encostado no anarquismo, visto que eles consideram essas pessoas ricas, com bens acumulados como nocivas, como colonizadoras do sistema. 
      


       O filme faz uma crítica a passividade das pessoas e faz um questionamento antropológico sobre o lugar e a atitude do homem em seu contexto social, a falta de interesse das pessoas em ter mudanças mais profundas na sociedade. Em certo ponto faz uma crítica ao fato das pessoas perderem demais o seu tempo vendo televisão, não sobrando tempo para ser revolucionário e de pensarem de que tudo que eles poderiam fazer, ja foi feito. Ao longo do filme,  algumas frases marcantes são ditas, como por exemplo: "Todo coração é uma célula revolucionária", "...as melhores ideias sobrevivem", "As drogas sufocam a energia revolucionária da juventude"
       No decorrer da trama, os jovens acabam invadindo uma casa e sendo surpreendidos pelo dono da residência e sem ter uma solução pensada para o problema, eles decidem sequestra-lo e levar a um cativeiro afastado da cidade, sendo neste local que os diálogos mais impactantes acontecem, pois eles não sabem como resolver a situação, acabam sendo vítimas da própria vítima que eles sequestraram e acabam dialogando bastante com o dono da residência, Hardenberg (Burghart Klaubner), que também era quando jovem um revolucionário,  porém com o decorrer da vida, acabou sendo "engolido pelo sistema" que ele combatia.
       Quando eu terminei de ver o filme, a sensação que me tomou foi a mesma de Hardenberg, eu fui engolido pelo sistema, talvez só o fato de ter tido esse pensamento, mostra que ainda não cheguei a esse ponto, mas a duvida permanece. Mesmo eu tendo vindo de uma formação humana no curso de história, a passividade acaba destruindo o pensamento revolucionário, assim como as drogas, será esse o ponto que temos que combater?
       Assim como os jovens do filme invadiam as casas dos ricaços e mudavam apenas os móveis de lugar, o filme mexe com nossa mente e muda alguns pensamentos de lugar, não deixa um sentimento de insegurança, mas deixa uma pergunta:  O nosso pensamento revolucionário foi sufocado?






Nota: uma garrafa cheia de café



     


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Liberdade, igualdade e fraternidade manchada de sangue sob a lua crescente

       Uma sexta feira 13 que ficará na memória dos franceses e de todo o mundo, eu não pretendia escrever nada sobre este acontecimento, mas sinto uma obrigação pesada pelo fato de ser um historiador. 
       A França ainda com feridas abertas do ataque terrorista ao jornal Charlie Hedbo tem novamente que viver a sombra do terrorista e do jihadismo, o país que é a casa do Iluminismo, da Liberdade, da Igualdade e Fraternidade hoje vive novamente o "Regime do Terror", mas dessa vez não existe um Robespierre para ser guilhotinado e nem um Napoleão Bonaparte e seu cavalo branco pra iluminar a cidade luz.
       As imagens chocantes de hoje, o comunicado pesado feito pelo presidente francês  após ir a um dos locais atacados pelos terroristas apenas evidenciam os horrores que os habitantes da Síria e Iraque já vivenciam a mais de dois anos. Entretanto, dessa vez não o sangue não escorreu nas areias quentes do Oriente Médio, foi pelas calçadas das ruas de Paris. 


Se a foto acima foi bem analisada, conseguimos achar facilmente as cores da bandeira francesa nela

       A impressão que esse dia me deixou é de que novamente a humanidade é alertada da barbárie do Estado Islâmico. Tudo bem, eles não assumiram a autoria do ataque, não tem certeza se foram eles e bla bla bla. Mas é indiscutível que o assunto ISIS até então era tratado pela imprensa como um problema sério, mas colocado no modo no silencioso, igual a um celular com um toque histérico, todo mundo sabia que ele tava ali fazendo massacres, destruindo monumentos e cidades históricas e varrendo do mapa minorias religiosas, mas isso acontecia apenas no Oriente Médio, na Síria que esta em guerra, no Iraque que tá em guerra e né o Oriente Médio vive em guerra, então não tem porque sacar as armas. Mas contradizendo Karl Marx a mais de um século atrás, " A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa...", nesse caso tivemos uma nova tragédia, 
       Em contra partida, a  França tem nos últimos anos implantado uma política que gera margem pro fundamentalismo islâmico, quem não se lembra da lei de Sarkozy, implantada em 11 de abril de 2011, que proibia o uso da Burqa ou do Niqab  (vestimentas femininas tradicionais do Islamismo) em público, afirmando que é uma questão de respeito ao Estado Laico e direito das mulheres e bla bla bla (não levando em consideração que muitas mulheres usam as tais vestimentas pois consideram uma forma de respeito a religião que seguem). E quem não se lembra das charges do próprio jornal sátiro Charlie Hebdo do Profeta Maomé? Ai pensamos, mas poxa e a liberdade de imprensa e o senso de humor e tal.... mas e o desrespeito a religião Muçulmana, e os chargistas sabiam que era um desrespeito, pois os muçulmanos não cultuam e nem fazem imagem do Profeta , então a charge foi feita exatamente pra ser um desrespeito. Não estou querendo de maneira nenhuma defender e nem justificar, apenas citando fatos que geram possibilidade pro fundamentalismo religioso. Nada justifica o ocorrido em janeiro e o ocorrido hoje, mas da um tapa na cara dos lideres mundiais para tratar o Estado Islâmico como o câncer atual do mundo, como a soma de todo o mal plantado no Oriente Médio durante os últimos 50 anos.
       Os Estados Unidos não querem enviar soldados para combate-los pois acabaram de conseguir se livrar do buraco sem fim que foi o Iraque ( não apenas tropas americanas, tropas inglesas, francesas e alemãs também lutaram). Mas foi exatamente pela intervenção no Iraque e pela tentativa de derrubar o ditador sírio Bashar Al Assad, que deu vida do Estado Islâmico. Foi o vazio político e militar deixado no Iraque após a saída das tropas americanas em 2011 e das tentativas de derrubar o regime de Damasco, naquela onda da "Primavera Árabe" em 2011, que se alimentou e se fundou o Estado Islâmico e se fortaleceu agregando fundamentalistas do mundo inteiro para suas fileiras. 
O mais triste é que na resultante , as pessoas que sofrem e morrem são inocentes, são os Curdos que habitavam o Iraque, é o arqueólogo que era  a mais de 20 anos responsável pelas pesquisas na cidade milenar de Palmira ( foi enforcado por esconder pesas milenares quando soube que os fundamentalistas estavam chegando a cidade), são os jovens de hoje que estavam curtindo um show de rock numa casa noturna em París, os turistas que estavam provando a conceituada culinária francesa e na verdade provaram o amargo e eterno gosto de um tiro de fuzil  kalashnikov. Hoje a pátria da Liberdade, igualdade e fraternidade foi manchada de sangue sob a lua crescente.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Minha finalmente crítica sobre "Narcos" (spoiler alert)




      


       Desde que eu soube deste projeto envolvendo a dupla Padilha-Moura fiquei contando os dias pra finalmente fazer aquela maratona de Netflix, quando eu soube que Wagner Moura iria interpretar nada mais e nada menos que Pablo Escobar, minha reação foi essa:



       Esperei ansiosamente pela sexta feira, 28 de agosto de 2015 para chegar em casa e assistir a esperada, aguardada com um longo período de seca de séries (mentira). Mas antes, decidi olhar a nota que a série estava no IMDB, e me deparei com isso:



       E claro, minha reação novamente foi essa;




       Chega de enrolação e vamos logo a minha opinião (essa rima foi acaso do destino). Sou totalmente suspeito pra falar de séries e filmes policiais envolvendo caçadas a chefões do crime, mafiosos e etc... porque sou totalmente apaixonado por esse mundo, ainda mais com uma temática histórica.  
       A série me surpreendeu logo de cara, pois acreditei que ela ia mostrar o início da vida criminosa de Pablo Escobar e a maldade dele ia crescendo gradativamente no decorrer da série. Mas não, ela já começa com um tiroteio numa boate e em Pablo colocando um prêmio na cabeça de um agente do DEA. E claro, minha cara novamente foi a do gato ali em cima.
       O toque de José Padilha é tão claro na direção e produção (apenas os dois primeiros episódios são dirigidos por ele) quanto o produto comercializado por Pablo. Assim como em Tropa de Elite, a série também é narrada em terceira pessoa, nesse caso pelo agente americano do DEA, Steve Murphy (interpretado perfeitamente por Boyd Holbrook), muito semelhante a narração do capitão Nascimento em Tropa de Elite, mas voltarei as semelhanças mais tarde.


       A série foca no surgimento do Império da cocaína na Colômbia, (achei demais isso) até o surgimento do poderoso Cartel de Medellín. E Pablo já é apresentado como um contrabandista respeitado na região, que conhece as rotas e já suborna os policias, até que depois é apresentado a Cocaína e lá ele acha o amor de sua vida e seu ganha pão, muitooo pão. 

       Algo que acho fantástico na Netflix, e venho percebendo isso desde House of Cards e depois se confirmou quando assisti Marco Polo e Sense8, é a originalidade das séries, em tentar fazê-la o mais perfeito possível, o mais próximo da realidade. A começar pela história sempre ser na língua onde se passa a história, em Marco Pólo muitas das falas é feito em italiano e em Mongol ( o próprio ator principal é um italiano- nada mais justo) e em Sense8, nas cenas em Berlim se falava o alemão, na Índia, se falava em indiano, e assim por diante. E em Narco não é diferente, a série foi narrada em Inglês ( uma espécie de série - documentário) mas as falas eram em espanhol, e claro o protagonista é um sul-americano.


       Vamos a atuações, a começar pelo nosso peixe. a atuação de Wagner Moura como o Patrón, foi cirúrgica, muito críticada por seu espanhol não ser perfeito, mas vale lembrar o seguinte, é o primeiro papel de Wagner Moura falando em espanhol, e inteiramente em espanhol. E além disso, todo mundo sabe da dificuldade que qualquer brasileiro tem em falar espanhol perfeitamente. Voltando, Wagner Moura mostrou o Escobar de maneira fria, com olhar em muitas vezes depressivo (algo que acho marcante na atuação dele) e vale ressaltar a mudança física, 20 Kg mais gordo. Os diálogos recheados de frases de impacto (que me fazem ter flash back's mentais de Walter White em Breaking Bad), logo no primeiro episódio ele já solta a famosa frase: "Plata o plomo" - dinheiro ou chumbo, uma espécie de lei marcial imposta na Colômbia reinada por Escobar, os ataque repentinos de raiva, a aparência que até faz que ele pareça um homem normal , como se levasse o narcotráfico e toda maldade que ele comete como um simples trabalho e ganha pão (novamente me lembra de Walter White, com mais sangue frio). Provavelmente o personagem que Wagner fez neste Escobar não é idêntico ao verdadeiro Pablo Escobar (os colombianos por exemplo não gostaram nada e afirmaram que a série nacional - Pablo Escobar: O senhor do crime- exibido no canal Globosat- é melhor do que a mega produção da Netflix) mas ele apresenta um Escobar genial, que em vários momentos oscila entre o bem e o mal, entre o Robin Hood dos desvalidos e o Patrón, chefe do Cartel mais temido da história, e tudo isso, graças a geniosa atuação de Wagner Moura num personagem fantástico.

    
   
       Outras duas atuações que me surpreenderam foi a Boyd Holbrook e Pedro Pascal, o primeiro interpreta o personagem narrador da série, o agente encarregado da captura de Escobar e que passa a ter isso como missão. Os únicos papéis que eu tinha visto dele tinha sido em "Noite sem fim" e em "Caçada Mortal" e não dava muitos créditos a ele, mas a evolução dele pra interpreta o agente Steve Murphy foi enorme, ele de fato incorpora o agente boa praça que passa a usar métodos radicais pra caçar Escobar, e seu personagem casou bem com o ator que interpreta o seu parceiro, Javier Penã (Pedro "Oberyn Cabeça Blooom Martell" Pascal), que é o legítimo agente burucutu, algo que faz lembrar o Oberyn, além de seu gosto por prostitutas. E já citando ele, que atuação suprema  e também casa-se bem o Escobar de Wagner Moura,


       Voltando a série, eu sabia que o Escobar não morreria no final, pois já tinha conhecimento que seriam duas temporadas, o que mais me surpreendeu foi a intensidade dos episódios, é pauleira atrás de pauleira, faca na caveira como diria o Capitão Nascimento. É literalmente a caça a Escobar. 
       Se fossemos fazer uma comparação direta com o Tropa de Elite, Steve Murphy estaria sendo o Capitão Nascimento e Pablo Escobar estaria sendo o Baiano.
       A série poderia ser mais mais violenta, afinal é o cara que botou fogo na Colômbia, o criminoso que sempre tava 20 passos na frente da polícia e do DEA, o cara que explodiu um avião pra matar um candidato a presidente,  o cara que fez criar o termo "Narco-terrorismo", mas provavelmente, se tivesse mais sangue, iria ser visto como um ponto negativo.
       A série superou minhas expectativas e já é (junto com Game of Thrones) uma das melhores que séries que estou assistindo. (Breaking Bad ja está no Hall da fama, porque já acabou) e realente faz valer os 9,3 do IMDB.